De dois jeitos. Em primeiro lugar, o grafite gruda com muito mais facilidade na borracha que no papel. Se você desenhava com lápis na sua borracha quando pequeno, já realizou a experiência que demonstra esse fato. Fazendo isso, dá para perceber nitidamente que a superfície da borracha consegue reter mais grafite que as folhas do caderno. Entretanto, se o grafite ficasse preso no corpo da borracha, ela ficaria saturada rapidinho, certo? Isso não ocorre porque ela se desfaz enquanto apaga, soltando aquelas raspas - e é nelas que o grafite fica preso. Mas, se fosse só isso, sempre sobraria um pouco de grafite, já que parte dele fica impregnada na folha. Aí, a outra coisa que a borracha faz é literalmente lixar o papel.
"Por isso, a fórmula contém componentes abrasivos como pó de quartzo e talco", diz o químico Marco Antonio Malaquias, que trabalha para um fabricante de borrachas. Esses elementos raspam a folha para tirar aquele grafite mais resistente. Mas apagar traços de caneta é bem mais difícil, porque a tinta penetra fundo nos poros do papel. Assim sendo, as borrachas de caneta trazem uma quantidade bem maior dos tais abrasivos - por isso são duras daquele jeito.
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